sábado, 5 de outubro de 2019

No fim do abraço não haverá direita

Comentário à foto da semana: Diário de Notícias 29 de Setembro de 2019
PSD
Provérbio holandês (PH): Geloof nooit iemand die in de ene hand water en de andere hand vuur draagt
Tradução: Nunca acredite em alguém que carrega o fogo numa mão e água noutra.
Fogo no PSD nunca está controlado.

CDS
PH: "Water naar zee dragen."
Tradução: Carregando água no oceano.
Significado: Propósito absurdo
Ajoelhou ... vai ter que rezar.
PH: "Um punhado de paciência vale mais do que um barril de talento”

ELEITOR
PH: "Weten waar Abraham de mosterd haalt."
Tradução: Saiba onde Abraham obtém a mostarda.
Significado: Mantenha-se bem informado
PH: Op alle slakken zout leggen.
Tradução: Colocando sal em todo caracol.
PH: "Doe maar gewoon, dan doe je al gek genoeg"
Tradução: Aja de forma natural que estará sendo louco o suficiente
O futuro a Deus pertence ... e anda com “sede”.

domingo, 12 de maio de 2019

Oh yeah Joe


Quem mata quem, nem sei, zapping! The Joe Cuba Sextet toca "Oh Yeah" na AR! Cuba ficou em delírio, dividida entre o vilão e o vilhão. De madeirense só sai dívida? Baralhados partiram o telemóvel e Joe: - ia fazer um telefonema para poder esclarecer. O advogado corou sem beber Bacalhôa!

Se perguntam: - sabe ...? Sai um “não ma alembro”. Joe não verbaliza mas dá cartas, é a antítese de Rafael, a versão sem provas. Mortágua suspira “não compreendo quem é que está a enganar quem”. O insólito Joe lembra-nos a tarada do canal 8, oh yeah, não pares agora, está quase, dá o povo como garantia.

Joe ajudou bancos, “alembrou-se” de Roque e, munido de letrinhas pequeninas, aceitou os convites com o típico instinto insensível dos próprios. - Compra títulos! Nós "pagamo-nos-te". Alves dos Reis excita-se como enguias no Tamisa: -"eu não tenho dívidas!", mas pariu imparidades. Joe é o Robin Hood da economia real a quem tiraram o tapete; o Rambo dos lesados com títulos carecas de bancos falidos e um safado para o mortal que lhe custa pagar compromissos.

A AR TV teve o mesmo share do canal 8 às duas da manhã, oh yeah Joe! Arranquei os cabelos mas quero-o a renegociar a nossa dívida, “come se diz fuck off?”. Inesquecível paródia.

Diário de Notícias
12 de Maio de 2019
Página 27 "Inesquecível"

sexta-feira, 1 de março de 2019

Serviço de Despertar


1 - Ambiente: Por saturação com a praxis e o status quo instalado, uma clara maioria absoluta de pobres e classe média quer extinguir a usurpação permanente das oportunidades, durante décadas, de forma crescente, e agora completamente descarada e sectária (premissa 1): o sistema. A interpretação de cada um sobre o assunto decidirá a orientação de voto nas Regionais. Contudo, uma silenciosa tendência de voto focada na premissa 1 provoca um tabu, criticar Cafôfo é uma heresia enquanto única alternativa para Governar. Se nenhum da bipolarização for credível, os votos pulverizam-se pelos partidos pequenos que não sejam “levianos bengaleiros”, para controlo democrático e representativo da situação na ALR. Cafôfo não é a única vassoura do Santo Amaro.

2 – A confirmação: Um estudo de opinião no DN sugere que 34,8% dos eleitores madeirenses orientarão o seu voto nas Regionais pelo simples desejo de mudança, com que “Confiança”? O eleitorado anseia por uma governação que coloque o Orçamento Regional ao serviço do bem-estar da população porque é “pornográfico” ver o povo a empobrecer, sem rendimentos, serviços públicos ou retorno dos impostos mas com a elite empresarial e governativa a enriquecer com todo tipo de arranjos obscenos. A pobreza e a austeridade são resultado dos abusos das elites. Para ganhar folgado é necessário estar longe das panelinhas político-empresariais.

3 - O momento: O eleitor sabe em quem não votar, se houvesse um candidato de “Confiança”, convicto de um programa e sem esquemas a reboque, também saberia em quem votar, com maioria absoluta. O clima está perfeito. As Regionais elegem representantes e governantes do bem público e não para uma Associação de Dependentes Profissionais e Empresariais do Orçamento Regional. Ao observar a bipolarização e os “bengaleiros”, sente-se traição, uma articulação onde qualquer resultado garante a manutenção do sistema entre os partidos tradicionais e empresários do regime num win-win-lose que prossegue o assalto ao contribuinte.

4 - Cafôfo fagótrofo: Apoiar-se nas elites que a população quer despachar configura uma Renovação 2. Com que valências quer governar para todos? Não queremos marcar passo por 8 anos com aprendizes, interesses e egos. Dependendo da configuração da futura ALR, poderá ter a activação da premissa 2, o mesmo objectivo da 1 para novos actores, por manutenção da praxis e do status quo dos agarrados ao Orçamento Regional.

5 - Embevecidos com pouco: Estando o PSD-M “queimado”, com Cafôfo a 2,2% de vantagem (Estudo de Opinião DN 19-01-2019), significa que está um pouco menos queimado do que o PSD-M? Não se procura razões nem se inverte? Dois exemplos, corre a expressão “vota ferry”, machadada na bipolarização, se os sabotadores governativos estão bem tramados, os que andam com o unguento autor material da sabotagem ainda mais. Os social-democratas pensantes carregam as frustrações da Renovação 1 mas também carregam a desconfiança de um PS que não sabe crescer. O PS diz em cartaz “unir os madeirenses” mas nem concretiza com os seus nem reúne know-how para governar, é natural a bipolarização de baixa percentagem. Quem ganha une, vão deixar um economista socialista de fora para ir buscar outro, de um lóbi, para igualarem a função de Pedro Calado no actual Governo?

6 – Dinâmica e dialéctica: O que dizem os escritos no DN do líder alternativo? O que retemos da sua exposição mediática? Quantos votos conquistam os Estados Gerais? Conhece bons líderes omissos? Um candidato a funcionário público faz mais provas do que um candidato a líder do Governo? Ainda não lidera a oposição? Um líder tem ideias formadas, influência, marca a agenda e os temas. Caramba, não marca o ponto em nenhum! Assuma-se de vez como líder, acabe com a conversa mole e mostre pulso para dominar o que lhe está a fugir. Está paulatinamente a endossar a sua oportunidade aos partidos pequenos não bengaleiros.

7 - Gestão política: Desastrosa. Os egos do decisor político de Cafôfo e do Vice de Albuquerque inferiorizam os seus candidatos, não sabem ser segundos, criam a ideia de que os líderes são fantoches. O primeiro vive do estado de graça por condescendência da premissa 1 e pelo demérito do principal adversário, o PSD-M. É deslumbrado no mesmo engano de um homónimo do PSD-M caído em desgraça, um déjà vu da Renovação em 2015 a percorrer os mesmos erros. Não une o seu partido e as eleições submetem-se ao zelar pelos lugares e evitar as sombras. Terá em 2019, por premissa 1, o seu melhor resultado de sempre, seguindo-se a desilusão e a premissa 2. Cafôfo ganhou o seu Centeno dos confins da primeira lista, o penúltimo que por sorte subiu, Miguel Silva Gouveia. Por outro lado, a maioria da sua vereação não tem escola, erra e é politicamente inábil, até parecem escolhidos a dedo pelo PSD-M para minar. Daqui retenho o desacerto nas escolhas e a passividade, será assim num governo? A qualidade e a experiência das pessoas fazem muita diferença. Estamos cansados de perder tempo com amadores que fazem estágio enquanto governam, traga gente respeitada para a política se quer ter autoridade.

8 – A praxis condenada: Seja qual for a figura política a alinhar pela praxis da Madeira Nova, apanhará pela medida grande como se fosse da primeira hora. Se anda omisso no projecto para, caso ganhe, repetir a fórmula, durará pouco porque viverá da premissa 1 do eleitorado que depois executará a 2. Cafôfo será visado pela mesma praxis se não muda. Livre-se de más companhias, execute limpeza.

9 – O ponto de não retorno: Há 3 anos que Cafôfo constrói a matriz da possível governação regional, com falhas graves na hora de picar o ponto em políticas e pessoas, se não muda agora, desta bitola não sairá. O PSD criou uma fragilidade social e democrática no conceito de "maioria" com fundamento no bem comum. Não perca o ideal da democracia onde a vontade da maioria se impõe à da minoria, esses ricos produzidos pela Madeira Nova com o dinheiro da U.E. e de todos os contribuintes madeirenses. Esses que se sobrepõem, por comunhão com o poder, ao direito da maioria de pobres e remediados. Se mata a esperança, o passo seguinte é populismo, balize a maioria pela liberdade, solidariedade e, mais do que nunca, a isonomia (as mesmas regras e em condições de igualdade para todos). Vamos moralizar e não prosseguir o caminho errado.

10 - Cafôfo a tempo de inverter: por só existir esta alternativa de Governação, receba algumas sugestões, afaste-se da emboscada dos lobbies e dos esfomeados, junte-se ao povo (é patrão e vota). Não marginalize no PS. Mostre coragem, saque quadros às forças vivas e aos decentes do PSD-M (cumpra com o “unir os madeirenses”). Comece a debitar compromissos. Corrija e lidere a gestão política e sane suspeições. Lute por uma maioria absoluta e não por um resultado sofrível. Não nos encha de folclore, é melhor pequenas conquistas na casa de cada um. Não permita que os lobbies atasquem a política, não se entende como um independente “referendado” permite a associação da imagem “feito com lobbies”, a realidade do adversário.

Crónica "Sem Tabus"
Diário de Notícias - Madeira
Edição de Sábado, 02-03-2019, página 29

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

A soma dos silêncios


O PSD-M está como o Real Madrid, mandou a máquina embora e o actual Bola de Ouro não leva a equipa às costas
CARLOS VARES / 19 JAN 2019 / 02:00 H.

Há medo de falar Sem Tabus, a opinião é um delito definido por governantes através do condicionamento das necessidades básicas. Valores e regras desaparecem, o silêncio é alcançado em ambiente de crispação e injustiça crescente com a actuação dos Renovadinhos. Incapazes de contrariar com argumentos válidos, usam expedientes para dissuadir e perfis falsos lançam insistentes suspeições sobre gente séria. Inutilizam funções nas instâncias legislativa (ALR), executiva (GR) e judiciária, que permite queixas infundadas para desmobilizar adversários, um precedente para telhados de vidro. É o autoritarismo de partido sem contraditório e já no jocoso. Tempo de congresso, inútil, onde o líder não será humilde e o resto sem coragem para “mudanças”. As “culpas” desinfectarão fiascos, o passado não dará crédito às ideias e muitos acusarão retratando-se. Resultados só em Setembro, as sondagens têm hoje em dia a inconveniência dos matreiros que entalam o cinismo.

Em 2015, última oportunidade do PSD-M, o líder foi escolhido como o melhor posicionado para ganhar eleições, hoje é um handicap porque não executou o discurso de rotura. Embeveceram com o poder, resolveram a vida, calçaram as pantufas do velho sistema, governaram mal e agora usam artes circenses para ganhar eleições. A Renovação vai para congresso rodando os mesmos dos pecados mortais, agora com a “conversa fiada” da família, essa perseguida no emprego ou nos interesses, com danos irreparáveis nas suas vidas e insultados de ressabiados ou invejosos quando são lucidez e experiência. Invocar família é abjecto quando nem deitam a mão a alguns funcionários da sede. Invocar social-democracia e Sá Carneiro é uma heresia de espertalhões acobardados com eleições à porta que até lambem o seu cuspo do prato. O PSD-M dirá no congresso que não se purga sem derrota. Do empreendedorismo político, política em função do emprego e dos negócios, nasce o problema. O PSD-M necessita de um líder âncora que traga decência e valores, um “João Lourenço” para matar o estigma.

O contribuinte europeu está exigente enquanto puxam a primeira linha do novelo CINM e o Brexit retira um contribuinte líquido. Está no fim o suporte dos juros baixos sem termos convertido a nossa dívida. Assiste-se a alegre multiplicação dos milhões quando se contrai empréstimo para pagar dívida. Ao fim de décadas mantemo-nos na ideia de que só existe obra com betão ou alcatrão, a que alimenta o sistema e não o social. A dívida criada na Região matou a Autonomia e o PSD-M está a dizer tudo, precisamos da República.

Forma-se sobre a Madeira a tempestade perfeita. Precisamos de economia aberta, diversidade com dimensão ajustada, acabar com os penduras do erário público, rebentar a bolha do proteccionismo/ isolamento e os objectivos pessoais e corporativistas na política. Da justa repartição da riqueza disponível, de acabar com milhões rapados do essencial para obras. De olhar para a concentração da economia no Porto Santo quando a Madeira segue pelo mesmo caminho. Com nova crise poderemos ser “comprados” num ápice, daria muito gozo aos chineses depois do CEMA. Quando os emigrantes perceberem como tudo funciona, partirão. Notaram que Canárias ganhou meio milhão de habitantes entre 1998-2018? Com rendimento e oportunidades a demografia melhora. O Contencioso das Autonomias pela via cacique esgotou, para acusar é necessário ser credível, se o pejorativo “comandado por Lisboa” significa entendimento, provavelmente dará mais resultado, até para provar como o PSD-M não defendeu a Madeira de Passos Coelho no resgate, a origem dos problemas na governação depois da dívida. Nem tudo é mau! Ludibriando qual Macron, o líder não enfrenta a mesma emancipação do eleitorado para ter coletes amarelos à porta.

A população não está melhor, demite-se da cidadania activa com medo de perder a pobreza, 34% a galopar para mais 27,4%, uma maioria absoluta. Cega, escraviza-se com caridadezinha desde que haja festa, ignorando que o governo está a mando de lóbis. Para onde vão 64 meses de sucesso, como justificam estes números depois da U.E. verter durante décadas milhares de milhões? Basta a Europa averiguar o porquê de tantos pobres e entorna o caldo. Depois da dívida e pobreza, o PSD-M provoca xenofobia com a dualidade entre o justo apoio aos regressados da Venezuela em contraponto com a insensibilidade social praticada sobre os que ficaram na Região enfrentando o duplo resgate. Os regressados deveriam ler sobre isto para não serem usados, é a nossa versão “Maduro”, ceifou vidas, de trabalho e de existência.

Ouvi da Renovação que nenhum derrotado do passado tinha futuro, hoje os derrotados são premiados com desafios maiores mantendo o demérito, as sondagens têm dado uma queda entre 10 a 20% em relação aos 44,35% das Regionais de 2015. O PSD-M só elegerá generais sectários mal cotados, os verdadeiros representantes da população vão em que lugar nas listas? É o resultado de líderes situacionistas, usadas as caras e forças idóneas para conquista do poder, a farsa termina com promessas por cumprir e os feitos parvos dos militantes a brigar entre si enquanto as elites tomam conta de tudo. Novidade é a neo-PIDE, infernizando pessoas com relatórios sobre o que expressam, com quem se dão, de quem são “família” para arranjar espaço à Renovação. Quem foge de Maduro sabe disto? Prefiram a integração que perdura em vez da benesse momentânea da caça ao voto.

24 horas brutas de congresso e o líquido? Do que vai falar Albuquerque? Da traição e marginalização da sua geração capaz de governar trocados por bibelots? Do desmantelamento da máquina/ família que não quis unir e agora finge? Da revolta pelas injustiças na Função Pública? Dos ajustes directos e concursos à medida para mini capos? O militante não é posse do partido, adere a quem defenda causas.

Do que vai falar Jardim? Das décadas a queimar delfins e melhores quadros dos que terá a bater palmas? Dos madeirenses e empresários arruinados pelos calotes dos seus Governos por quem ninguém olhou para não reconhecer erros? Dissertar sobre como colocar militantes uns contra os outros para depois os generais se dedicarem a uniões de facto pelo poder? Uma introspecção sobre a matriz da Madeira Nova tão castradora de oportunidades como a Madeira Velha? Repetirá frases a desconsiderar Albuquerque que agora serve? E lembrará as dele? Não é contrasenso apoiar Rio no continente mas zelar pelo “Passismo” regional? “Deus nos livre que o governo caia nas mãos daquela oposição” é em comparação com estes anos da Renovação?

O PSD-M está como o Real Madrid, mandou a máquina embora e o actual Bola de Ouro não leva a equipa às costas. O PSD-M sangrou qualidade e desvalorizou a sua palavra, perdeu desígnios, mística e desceu o nível. O eleitorado, sem garantias, pulveriza votos para reduzir a impetuosidade e voracidade dos donos disto tudo, os que “compram” a democracia. Chegou o momento dos partidos pequenos, de quem se espera mérito e que não se vendam. Regionais 2019? Outra Renovação, de geringonça ou caranguejola, com a Madeira a perder.

Diário de Notícias do Funchal
Data: 19-01-2019
Página: 30
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domingo, 3 de junho de 2018

A terceira via



Paulo Cafôfo "Sem Tabus"

Foi um dia medonho para Paulo Cafôfo aquele do anúncio dos coordenadores dos Estados Gerais, em vez de um acto promocional trouxe o descrédito e custou muitos votos. A campanha eleitoral é uma avaliação contínua e não 15 dias de ruído sem informação. No percurso há momentos chave que condicionam os raciocínios e a receptividade. Quando a oportunidade está de caras e é desaproveitada, por amadorismo ou por vontade de tão só mudar de actores políticos para assentar no molde vigente, irrita o eleitor e afasta os bons actores disponíveis.
Estamos fartos de nos tomarem como uns abestalhados que não percebem nada disto, que não vêem, que se calam, que não se informam e não sabem do muito que não vem nas páginas dos jornais. Paulo Cafôfo fez opções, está no seu direito, mas o povo também avalia e reage.
Consciente ou inconscientemente, ingénuo ou doloso, Paulo Cafôfo mostrou com um simples acto o conhecimento que tem sobre a realidade madeirense e o que valoriza para governar com o anúncio dos coordenadores. Foi a única pista com a mira no Governo Regional de um candidato que não diz nada de útil, o primeiro indicador depois do nada. Quem quer mudar não faz isto e é um actor que volta a pensar pequeno quando tem tudo à mercê para uma grande vitória.
Para quem quer mudar ou dar confiança, desconhece ou não liga os valores espezinhados por permanentes jogos sujos no mundo laboral mas sobretudo empresarial, especialmente na e com a Função Pública, uma força motriz que num ápice vira a contenda. Confiar só no descrédito do adversário é não perceber nada de política e estar alheio à nossa realidade. Contar só com o descontentamento dos PSD's é não perceber que ele resulta, neste momento, de pessoas que não alinham na onda e que simplesmente desejam o melhor para a sua terra. Apostar pelo mesmo é levar o povo a deixar tudo como está, a compra de votos do PSD irá dar resultados.
Paulo Cafôfo não está informado ou não quer, escolhe o que vê ou que lhe dão a ver. Prova de que o candidato a presidente, depois de ter ignorado avisos de gente séria, capaz de lhe fornecer esse conhecimento, entrega-se ao superficial, ao que foi montado há muito e que o eleitorado quer findar urgentemente. Aqui reside a decepção.

" ... Paulo Cafôfo que diz ser 
mudança e confiança 
acerta nos açambarcadores."

Apostar sempre os mesmos é a razão por estarmos pobres, a razão porque nunca chega a oportunidade a outros que encostam ou emigram. A estes nunca lhes chega as décadas de União Europeia (UE) a despejar dinheiro na Madeira e que incrivelmente favorece um minúsculo grupo do outro lado do fosso em relação a este muito apertado e cheio de pobres. São 32% de pobres e outros 32% que vão a caminho em 30 anos de investimentos da UE e Paulo Cafôfo que diz ser mudança e confiança acerta nos açambarcadores.
É um sintoma ver os políticos a fazer campanha em Londres. Sucede porque as oportunidades de negócios fáceis e encomendadas beneficiam os mesmos, os encargos e  os custos do sistema sobram para outros que também são os mesmos. O emprego escravo é o que resta e, escravo por escravo, emigram por melhor vencimento enquanto a idade não atraiçoa a oportunidade.
Tudo isto acontece com um candidato que ainda não se deu a conhecer por toda a ilha nem emitiu uma opinião sobre os assuntos estratégicos que preocupam a população. Que vazio leva? É mais fácil começar por deslocados da realidade?

“Temos de trabalhar para que os madeirenses
não saiam da sua terra” mas, a primeira
coisa que faz é se meter 
com o sistema que provoca isto.

Foi a Londres, sítio apinhado de madeirenses que não tiveram oportunidades devido à actuação errada da governação e do exagero sempre em favor dos mesmos, e diz “Temos de trabalhar para que os madeirenses não saiam da sua terra” mas, a primeira coisa que faz é se meter com o sistema que provoca isto. A Madeira definha demograficamente também com a emigração. Agora os políticos também emigram na “caça de que voto”? Ou será que foi usufruir de uma plateia mais branda para ter as primeiras imagens de sucesso com frases bonitas sem compromissos mas apostando naqueles que fazem emigrar madeirenses.
Quando queremos acabar com os pré-cozinhados da fortuna e do domínio do económico sobre o político o senhor Paulo Cafôfo mete-os no micro-ondas a requentar. Com os mesmos não se muda de políticas nem se traz emigrantes de volta.
Estas batalhas estéreis de notoriedade entre Cafôfo e Albuquerque parecem ao povo uma marcação cerrada até nas inocuidades e trazem de novo semelhanças, ambos nas disputas de questionável valor eleitoral. Toda a parra, nenhuma uva. Paulo Cafôfo está a pensar como o PSD-M. Pensa nos seus como a Renovação, uma contagem ridícula que nunca alcançará uma vitória das antigas ao não falar e arregementar os descontentes, inclusive os do PSD-M. Parece que pensam mais na falta de tachos para todos ou das inconvenientes sombras do que numa descomprometida e nova política para os madeirenses. É por aqui que o tachismo está latente. Falta a franqueza e o jogo claro que os madeirenses anseiam. Falta gente útil e eficaz. E o eleitor volta a se irritar.
Paulo Cafôfo pensou que repetia o jogo de Miguel Albuquerque, chamava os parolos da sociedade civil, normalmente gozados para encher salas e dar o voto, e logo despachados, alcançado o objectivo primordial. Por aselhice desvendou a mecânica do engano e ficaram registados os instintos nativos.
A imensa fatia eleitoral não deseja mal a ninguém, só exige a sua parte e diz basta. Quer deixar de ser pobre porque foi nisso que a UE apostou sem resultados na gestão local dessa fortuna para nos elevar o nível de vida. Pelo contrário, só pagamos calotes e dívidas, até premiamos esse resultado. Os socialistas gostam de embandeirar este pormenor através do IRS, por comparação aos Açores mas, depois vemos as apostas de Cafôfo como contra-senso.

"Os eleitores vêem os mesmos a apostar
em todos os cavalos e os cavalos
a estabelecerem-se no sistema feito."

Chegamos ao exagero do momento onde tudo tem solução nos mesmos porque enriqueceram com a Madeira Nova, dominaram na Renovação e agora querem absorver a Confiança. Isto é sinal de dependência do erário público, esse exagero que nos empobrece e não dá a devida atenção a quem vota. Os eleitores vêem os mesmos a apostar em todos os cavalos e os cavalos a estabelecerem-se no sistema feito.
Candidato do povo não é isto, senhor Cafôfo. A 1 de Junho, saíram os seus Estados Gerais e não os do PS. Em vez de se promover, mergulhou por uma das duas razões, ou também acha que o povo é burro e vai ser iludido ou tem um profundo desconhecimento das forças vivas, dos valores das pessoas que estão fora da bolha dos privilégios.
Paulo Cafôfo defraudou e não há volta a dar, porque a estratégia até aqui é manifestamente dolosa para os eleitores e decorre naturalmente com muito silêncio, por ventura maquiavélico, por isso não deseja ir revelando o seu projecto, ele será o que os lóbis mandarem para ocupar o vazio. Daqui para a frente muitos não quererão saber mais, soará a um candidato que quer remendar ou disfarçar mas que já está completamente entalado. Para além do seu erro, anda mal aconselheirado e com os mesmos sinais de arrogância da Renovação. Estamos fartos e Paulo Cafôfo oferece o mesmo que a Renovação! Qual foi o idiota que pensou numa maioria absoluta com lóbis em vez de eleitores?
Paulo Cafôfo, independente com o apoio do PS desilude a maioria dos madeirenses, sobretudo aquele “saco azul” de votos de militantes e simpatizantes defraudados com os seus partidos e que se agarraram a um tal de independente, chegada a hora da verdade convoca os mesmos. Depois de exterminar o independente, implode a confiança.
Paulo Cafôfo deve avaliar que os lóbis são magnânimos pela ilusão da sua permanente presença no domínio económico da região e deve estar a concluir que são eles que contêm os votos e as maiorias. Engana-se e até faz impressão, nas campanhas porta a porta não vê a tristeza que vai pelas casas pela sucção da riqueza por parte destes chulos do sistema? De que lhe serviu a experiência autárquica neste momento?

"Paulo Cafôfo findou a benevolência
de que estava a gozar porque
incorreu no erro ou na sensação
de que a onda ou a conjuntura
coloca os eleitores sem outro remédio 
que não votar em si"

Paulo Cafôfo findou a benevolência de que estava a gozar porque incorreu no erro ou na sensação de que a onda ou a conjuntura coloca os eleitores sem outro remédio que não votar em si, o mesmo tique que o PSD sente há anos porque chegada a hora das Eleições Regionais o eleitor, sem opções, votará no PSD-M. O PSD-M e Paulo Cafôfo enganam-se redondamente, essa era findou.
Se estão todos com a mesma esperteza no mesmo sistema, pulveriza-se os votos pelos vários partidos, não há maiorias para ninguém na Madeira e compomos uma Assembleia Legislativa Regional que de facto fiscalize alguma coisa. O exagero das maiorias foi tal que consideram não haver democracia para além delas?
Parece que vamos experimentar um governo de coligação, até que os políticos recuperem discernimento e desçam à terra. É preciso reeducar os pretendentes a governar, o poder não é uma posse, é uma representação e deve respeitar as causas de todos e não a ditadura de uma dúzia. Os partidos convencidos da bipolarização vão ter surpresas.

"... alimentar o mesmo sistema pensando que
arranja mais dinheiro para satisfazer a população 
vai dar um nó estratégico ..."

Paulo Cafôfo, a Madeira está pobre e endividada, para cúmulo a dívida vai aumentar porque não temos dinheiro para alimentar a outra fórmula eleitoral de construir, construir e construir sem satisfazer o povo. O povo que vota e faz maiorias não é o dos acontecimentos sociais dos mesmos que vos cegam e, alimentar o mesmo sistema pensando que arranja mais dinheiro para satisfazer a população vai dar um nó estratégico, está a dimensionar com a boa vontade de um Governo PS no continente.
O segredo para votar bem é escolher uma boa pessoa que depois terá o bom senso de se fazer acompanhar pelos melhores. Andar "longe" de lóbis é importante para a lucidez que não se deixa levar pelos arrastamentos de asa. Nunca se sabe onde está verdadeiramente a força e Cafôfo em vez de se promover deu azo a uma terceira via. Apostamos? Paulo Cafôfo perdeu, pelo menos, todos os votos que pensava ganhar com a campanha eleitoral, calculo que sejam bem mais e descalçou ainda muitos que pela calada o promoviam. Foi o excesso de Confiança. A Confiança apresentou-se igual à Renovação, os lóbis apostam em dois cavalos para tal como em muitos concursos públicos saberem que ganham de certeza. O povo quer a sua vida de volta e não mais dívidas para pagar. Já viu quanta razão deu aos seus detractores?

Temos condições para uma terceira via, quem estiver organizado e junto do povo que se chegue à frente, terá um filão eleitoral.
Carlos Vares